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terça-feira, 30 de abril de 2013

Revivendo a histórica São Luiz do Paraitinga

Algumas cidades brasileiras se tornam mais especiais por nos relembrar algo esquecido no Brasil: a nossa história. Esses mesmos lugares aprimoram ainda mais o nosso conhecimento, elas nos mostram como era a forma de viver de nossos antepassados. Localizada em meio a Serra do Mar, São Luiz do Paraitinga pode ser considerara um desses locais.
 
Fundada em 1769 a cidade serviu de entreposto da produção cafeeira entre o litoral e o interior do estado de São Paulo. Durante a época áurea do café, São Luiz foi desenhando seu cenário. A arquitetura peculiar do século XVIII e XIX permaneceu na cidade mesmo depois do declínio da cafeicultura na região. Casas branquinhas com pequenos detalhes coloridos característicos da época são comuns na cidade apelidada de “cidade-presépio” por Dom Pedro II. Não é por menos, o centro histórico possui 90 imóveis tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional)  As igrejas encontradas em um passeio pelo centro histórico possuem atributos arquitetônicos diferentes entre si que emolduram a religiosidade tão marcante no interior paulista.

O casario do centro histórico em uma noite encantadora!
 
As tradições continuam com as festas da cidade, época  em que a cidade recebe o maior número de visitantes.  A Festa do Divino acontece em Maio, ou melhor, em 40 dias após a Páscoa e relembra a importância da fé na cultura brasileira. Além disso, o Carnaval de Marchinhas  está na raiz de São Luiz, carinhosamente conhecida, e se mantém como forma de preservar a cultura de música popular da cidade.

Em 31 de Dezembro de 2009, a cidade com mais de duzentos anos perderia parte de sua história. No último dia do ano choveria além do necessário para o mês inteiro e além das chuvas, o rio Paraitinga subiu 12 metros, adentrou a cidade e contibuiu para a enchente. No centro histórico foram contabilizados 18 imóveis totalmente destruídos e 65 com alguma avaria. De uma hora para outra as paredes de taipa de pilão, utilização de barro e algumas ripas de madeira, não aguentaram a quantidade de chuva e se desmacharam. A Igreja Matriz São Luiz de Tolosa e a das Mercês ruíram.
Cenas cotidianas: Conversa na frente do mercado!
 
Quatro anos se passaram e a comunidade luizence ainda padece com as consequências das águas do fim de 2009. Muitos habitantes continuam morando em casas alugadas pelo governo. O centro histórico ainda está em reconstrução. Caminhar pelo centro de São Luiz do Paraitinga é ver toda essa transformação acontecendo. 

A Igreja Matriz São Luiz de Tolosa permanece em obras. A imagem do santo está na igreja provisória a, aproximadamente, 300 metros da igreja matriz. Atualmente, o sino da igreja ainda badala, mas fica protegido. Já não se pode falar o mesmo do altar de mármore de carrara, tomado pela enchente.

Igreja do Rosário: em restauração.


A uma quadra da igreja matriz encontra-se a Igreja do Rosário. Em estilo eclético com predomínio gótico, a igreja data do século XIX.  Por sua localização - no alto do morro - a igreja foi a menos atingida pela chuva. Atualmente, a igreja passa por restauração do IPHAN e está fechada para visitação.

O médico sanitarista Oswaldo Cruz nasceu em São Luiz do Paraitinga em 05 de Agosto de 1862. Apesar da mudança aos 5 anos para o Rio de Janeiro, a cidade jamais esqueceu do luizense que contribuiu para a prevenção de doenças no Brasil. Sua casa está fechada para visitação, mas seu busto em frente a construção não nos deixa esquecer o seu endereço.
A casa de Oswaldo Cruz (em reforma).

A capela das Mercês foi a primeira igreja a ser totalmente reconstruída depois das enchentes. Do original somente o altar permaneceu. Em Setembro de 2011 a capela foi inaugurada. Atualmente, não está aberta à visitação. 
A Capela das Mercês recuperada após as chuvas de 2009. 

O Mercado Municipal ainda carece de produtos, mas possui uma estrutura linda. Uma grade acima da porta de entrada de algumas locais históricos nos informa a data da construção do imóvel. Espalhadas pela cidade, há algumas lojinhas de artesanato com foco nas festas populares, acessórios com a temática do divino espírito santo , por exemplo, estão por toda parte.
A cidade ainda precisa de dedicação ao turismo. Os turistas poderiam ser uma fonte de renda no auxílio a reconstrução do local. Infelizmente, nenhuma atração histórica estava aberta à visitação. Não há um centro de informações turísticas na cidade. Mas nem por isso, a São Luiz do Paraitinga perde seu charme. Em um país como o Brasil onde a história é pouco relembrada, São Luiz consegue reacender o nosso patriotismo de um jeito simples e com toda calma do interior paulistano nos proporciona.

Além da parte histórica, a localização de São Luiz contribui muito para os esportes de aventura. O Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia é o local idela para a prática, mas isso é assunto para o próximo post.

São Luiz do Paraitinga. 170 km de distância de São Paulo. Acesso pela Rodovia Carvalho Pinto e/ou Rodovia Presidente Dutra. Obrigatoriamente sairá na Presidente Dutra, utilize a saída 111 (em Taubaté), continue na Rodovia Oswaldo Cruz até o km 42,5.
Fotos: Raphael de Oliveira Gomes.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Yoga Grátis nos Parques de São Paulo.


Diante da vida estressante da cidade de São Paulo muitos paulistanos querem relaxar nos finais de semana. Os parques da cidade são uma das opções escolhidas para a busca do bucólico dentro do caos de Sampa. Dados da última pesquisa da São Paulo Turismo apresentam 64 parques e áreas verdes na cidade. E esses são os lugares que lotam nos fins de semana sejam para praticar algum exercício físico ou mesmo somente para aproveitar o meio ambiente.
A prática da yoga deu saltos em sua disseminação pelo mundo. Atualmente, lugares mais inusitados são utilizados pelos yogis e yoginis, forma de chamar os praticantes de yoga, homem e mulher, respectivamente. Aeroportos como o San Francisco International Airport, Burlington International Airport (em Vermont, EUA) e Dallas-Fort Worth International Airport separaram uma sala somente para os praticantes. Para os yogis essa pode ser uma ótima forma de relaxar entre um voo e outro.


Em São Paulo, professores utilizam os parques e  áreas verdes para oferecer aulas gratuitas à curiosos ou adeptos, qualquer um é bem-vindo! Veja abaixo quais são essas áreas:

Rua Muniz de Souza, 1119 - Aclimação
A professora Vivian Cabral ministra aulas ao lado da concha acústica, aos sábados às 8h30.

Acesso pela Avenida IV Centenário
As aulas do método De Rose são oferecidas aos sábados às 9h na praça do porquinho – portão 6.
*O link não é o site oficial, mas um guia do parque.

Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1655 - Alto de Pinheiros
Oferece no projeto Yoga o curso Sahaja Yoga de Meditação gratuitamente. O curso ocorre todos os sábados às 8:30h no Espaço Vida.

Av. Dona Helena Pereira de Moraes, 200 - Panamby
Às segundas-feiras é dia de yoga no parque Burle Marx. ÀS 9h a professora Leila de Souza inicia a aula no Gramado Central.  

Rua Sumidouro, 508 - Pinheiros
Todos os dias às 8h há yoga na praça como uma atividade regular! 

                                                                        Namastê __/\__

Fonte de imagens: Google e www.nydailynews.com

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Grafitti: a arte da Vila Madalena!

A Vila Madalena, bairro na zona oeste de São Paulo, é um reduto boêmio da cidade. Bares e restaurantes descolados são encontradas nas ruas de nomes lúdicos.  Digo lúdicos pois as ruas da Vila, como é carinhosamente conhecida, foram nomeadas por estudantes da Universidade São Paulo  em contrapartida a moda de homenagear políticos. Assim, não é por acaso o encontro da Harmonia com a Simpatia. :)

Hoje o bairro se consolida como o queridinho dos paulistanos. Uma das suas atrações principais é a arte de rua. O grafitti, estilo de arte pintada diretamente na parede com tinta spray, embeleza muros. Novas cores, assim, são apresentadas à cidade cinza. 

O Beco do Batman, formalmente chamado de rua Gonçalo Afonso, é considerado um dos principais pontos do grafitti paulista. O desenho do Batman, que nomeu o beco, foi primeiramente desenhado na década de 1980 (hoje o Batman já mudou). Desde então, nenhuma área fica sem desenho. Os próprios grafiteiros mantém a área conservada, verificando com frequência os grafittis deteriorados e renovando a área com cores diferentes. E tudo isso com respeito a arte alheia, não é permitido apagar a arte, mas sim renovar o espaço.

As chuvas que castigam São Paulo não se esquecem do beco. Ali, quando chove muito o rio que adormece embaixo da rua reaparece e transforma toda a paisagem.

 "O Batman" em seu Beco.

Como a Vila respira arte, vários ateliês e galerias estão espalhados por lá. A rua Aspicuelta abriga uma loja física da galeria de arte digital brasileira Urban Arts. A sacada da galeria é possuir seu acervo online com obras de diversos artistas do mundo inteiro. No site o internauta consegue escolher a pintura, o tipo de papel e o tamanho, e adquiri-la. Não há erro.


Ao entrar na loja, que abriga exposições (uma vez por mês eles escolhem um artista para expor sua arte), os colaboradores oferecem água ou cerveja para nos deixar mais à vontade. Uma inovação no modo de apreciar a arte.  

 É impossível não fotografar o beco!

O artista Eduardo Kobra foi o escolhido para arte a ser aplicada no monotrilho de São Paulo. Atualmente Eduardo, cujo ateliê localiza-se na Vila, é o brasileiro com maior destaque no mundo do grafitti. Foi ele, por exemplo, que fez a obra de Oscar Niemeyer na Avenida Paulista (ao lado do shopping Paulista). 
 


Fique ligado! O blog Conexão Cultural e o hostel Ô de Casa promovem o PasseiÔ Conexão, um tour pela arte da Vila Madalena. Para saber as datas, fique de olho no facebook e no site. 







Colaboradores desse post: Mônica Santana, Rafael Kaczala e Enzo Bertolini. Obrigada, grupelho :)