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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Meu roteiro pelas cidades históricas de Minas Gerais :)

Além da boa comida, o estado de Minas Gerais abriga alguns dos lugares históricos mais bonitos do Brasil. As cidades históricas mineiras guardam relíquias da arquitetura barroca e grande número de igrejas, já que o catolicismo era religião dominante durante o século XVII – início do desenvolvimento da região pela descoberta do ouro. Alguns exemplos de cidades mineiras que carregam esses atributos são: Congonhas, Diamantina (tombada como Patrimônio Histórico da Humanidade!), Mariana, Ouro Preto, Sabará, São João Del Rei e Tiradentes.

Dentre as diversas formas de planejamento de roteiro pelas cidades históricas, fazer uma road trip (viagem de carro pelas cidades) é considerada uma boa opção, já que a distância entre elas não são extensas. Ao escolher a viagem de carro, uma ideia seria agrupá-las a partir das distâncias e interesse, e à partir daí elaborar o roteiro. 



Distâncias
Belo Horizonte
Ouro Preto
Congonhas
Tiradentes
S. Joao Del Rei
Belo Horizonte
-
98
82
190
185
Ouro Preto
98
-
56
157
152
Congonhas
82
56
-
114
109
Tiradentes
190
157
114
-
15
S. João Del Rei
185
152
109
15
-

Quadro de distâncias (em quilômetros)

O único percalço são as estradas mineiras: ruins por natureza (esburacadas, sinalização precária e trânsito pesado de caminhões). A ideia aqui foi percorrê-las pela manhã ou tarde, não aconselho dirigir à noite. Uma dica é contabilizar um tempo adicional de viagem entre uma cidade e outra, já que pelas condições da estrada o tempo é superior a uma viagem em estradas com boas condições.  
 Sempre uma surpresa no meio do caminho...
Uma ideia, adotada por mim, foi voar até Belo Horizonte e já do aeroporto alugar um carro. Desta vez escolhemos a Avis onde encontramos a melhor tarifa e ainda nos ofereceu o seguro contra vidros e para-brisas por apenas R$ 4 adicionais ao dia. Topamos na hora, já que nossa experiência anterior alugando carro no Brasil foi catastrófica por problemas com o tal vidro.

Para o roteiro escolhemos as tradicionais: Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João del Rei e Congonhas. Diamantina, infelizmente, foi uma das cidades que não entrou no nosso roteiro por ser a mais distante das demais (quase 300 quilômetros). Fizemos o roteiro em um feriado prolongado (4 dias entre ir, vir e aproveitar as cidades). Escolhemos assim, duas cidades principais Ouro Preto e Tiradentes para passar um dia inteiro, e ali passar a noite, e para as outras cidades foram dedicadas algumas horas. (uma tarde em Mariana; uma hora em São João Del Rei e duas horas em Congonhas foram as nossas escolhas).
Detalhes de Ouro Preto

O mais interessante ao fazer esse trajeto de carro é que durante o percurso passa-se em alguns momentos pela Estrada Real, estrada utilizada para escoamento do ouro no século XVII e XVIII, percorrendo os caminhos velho e novo. 

Dica: alguns hotéis não aceitam somente uma diária, porém quando fizemos por outros sites (como exemplo, Decolar) conseguimos reservar somente um dia.

A primeira parada foi em Mariana, grudadinha com Ouro Preto, ganhou o nome por homenagem a esposa de Dom João V. Apesar de nunca ter pisado em solo mineiro, o nome não podia ser mais apropriado. Mariana é especial, pequenina e cheia de graça, qualidades características de uma mulher. 

Passar uma tarde em Mariana é suficiente para visitar a catedral principal e seu órgão Arp Schnitger, único no Brasil vindo da Alemanha, com pequena parada em Portugal, e ainda em funcionamento. As apresentações do órgão acontecem às sextas-feiras 11h e domingos 12h30 (R$ 15). Se der sorte, como eu, conseguirá ver algum ensaio. 
Ah, Mariana...

Não deixe de visitar (e comparar!) as duas igrejas localizadas no largo – igreja São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Carmo (que sofreu um incêndio em 1999 e em 15 minutos perdeu 85% de seu interior). No largo encontra-se o pelourinho, mastro de castigo aos prisioneiros. No topo da cidade, aparece a igreja São Pedro dos Clérigos, uma das igrejas com arquitetura mais diferentes das cidades históricas, para ter uma bela vista da cidade basta subir a estreita escada até o sino.
De Mariana partimos a Ouro Preto e dedicamos uma noite e o outro dia inteiro à cidade. A imponência de Ouro Preto remete a uma história perdida, nos mostra um Brasil diferente e esquecido nos livros de história mas revivido na cidade que abriga o maior conjunto de arquitetura barroca do Brasil, considerado assim patrimônio da humanidade. É praticamente impossível não se encantar com Ouro Preto, mas seus detalhes estarão em um próximo post.

Dica: cuidado com os guias de porta de igreja, ao iniciarem o processo de despejar informações sobre os turistas, ao final cobram preços altíssimos. Se preferir um guia, acerte o preço antes de iniciar a explicação e pergunte o tempo do passeio.
Tiradentes cheia de charme
Tiradentes foi o próximo destino e apesar de bem menor, é impossível não considerá-la especial. Vielas, arquitetura charmosa e um chafariz de 1749 são atrações da cidade. O conjunto arquitetônico com a serra São José ao fundo fazem da cidade um cenário natural. A principal sensação em Tiradentes é nostalgia, sentimos falta de um tempo que não vivemos mas que a cidade comprova que faz parte da nossa história.
Grudadinha com Tiradentes está São João Del Rei, da cidade somente o centro histórico me atraiu, especialmente a igreja São Francisco de Assis. 

Dica: a estrada que liga as cidades faz parte da Estrada Real.

 São João Del Rei

Já no caminho ao aeroporto dedicamos um almoço e visitação a cidade de Congonhas. Quem dirige até lá não acredita que no alto, porém escondida, estão uma das mais belas obras de Aleijadinho: os 12 profetas. A igreja Bom Jesus dos Matosinhos, que abriga os profetas e a pintura da vida de Jesus em quadros em seu interior, garantiu à Congonhas o título de patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.
Dica: para chegar até a igreja, siga as placas marrons (modelo internacional para atrativos turísticos) que indicam “Basílica”.

Lembre-se que as cidades históricas englobam muitas atrações, que se seguirão nos posts seguintes, e é possível visita-las em muito mais tempo. O mais importante ao escolher visita-las é saber que a história te esperará de portas abertas e a beleza estará presente nos lugares mais inusitados, seja uma maçaneta ou o teatro mais antigo do Brasil ainda em funcionamento, posso garantir uma série de cenários belíssimos serão recordações difíceis de esquecer. Na minha mente eles reaparecem todos os dias.
Fotos: Raphael de Oliveira Gomes e Bruna Cazzolato Ribeiro.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Básico do Rio II: Centro histórico

Confeitaria Colombo (Rua Gonçalves Dias, 32)
Em meio às ruas do centro do Rio de Janeiro há um lugar com beleza peculiar. A Confeitaria Colombo se destaca pela imponência e sabores (prove o pastelzinho de belém!). Saborear um café enquanto senta-se em uma cadeira onde possivelmente Carmem Miranda ou mesmo Villa-lobos sentaram chega a ser emocionante em um Brasil onde a história foi praticamente esquecida. Além disso, a trilha sonora é bossa nova.
  
Café na Colombo é puro charme :)

Real Gabinete Português de Leitura (Rua Luis de Camões, 30)
Pequeno mas deslumbrante o Real Gabinete Português de Leitura passa quase despercebido por turistas, mas poderia ser considerado uma atração turística por si só. Os livros antigos ocupam as quatro paredes de cima a baixo. É um dos típicos lugares onde o queixo caí sem notarmos. Notem uma plaquinha homenageando a presença constante de Machado de Assis no local.

Museu Nacional de Belas Artes (Avenida Rio Branco, 199)
O museu apresenta diversas obras históricas e de personagens importantes para o Brasil. Esculturas de Dom Pedro I e II, quadro de Joana D´Arc e a obra “Navio Negreiro” do Di Cavalcanti são alguns dos exemplos que embelezam o local.
Navio Negreiro do Di Cavalcanti: belezas que nem imaginamos estão no Brasil!

 
Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219)
Infelizmente a beleza da local fica restrita a visitação de poucas salas (quando visitei, em meio a um feriado, somente uma sala estava aberta). O atendimento é precário e sistema de bilhetes de entrada fazem com que o tempo de espera seja alto – a entrada só é permitida quando os visitantes saem (há uma troca de crachás entre os visitantes).

Inclua no seu passeio a mais nova atração do Rio: Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR)